Melo Guarda, Portugal (1906)—Itapira, São Paulo, Brasil (1992)
Joaquim Tenreiro foi uma espécie de mescla de designer e marceneiro, já que em seus móveis, feitos em madeira brasileira, era capaz de usar esse material de formas inovadoras, como em um jogo cromático, por exemplo. Não se tratava de uma aleatoriedade: Tenreiro era filho e neto de marceneiros e desde muito jovem ajudou o pai na fabricação de móveis. Verdadeiro artista, trabalhou ainda como desenhista, gravador, escultor e pintor.
Sua vida dividiu-se entre Brasil, para onde mudou-se com dois anos de idade, e Portugal, país onde nasceu e viveu entre 1914 e 1925. No Rio de Janeiro, estudou no Liceu de Artes e Ofícios e formou o Núcleo Bernardelli, na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Depois de ter trabalhado como designer de móveis para algumas empresas, Tenreiro descobriu a estética moderna – seu primeiro móvel desse estilo, a icônica poltrona Leve, veio em 1942, para uma residência projetada por Oscar Niemeyer em Cataguases, Minas Gerais. Abriu sua própria oficina, a Langenbach & Tenreiro, junto ao alemão Karl Langenbach, e depois inaugurou duas lojas de móveis, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Suas peças mais consagradas ficaram conhecidas pela leveza que Tenreiro imprimia ao design. Embora tenha tido grande sucesso na área de mobiliário, em 1960 decidiu dedicar-se às artes plásticas quase que exclusivamente e, por isso, seus móveis ganharam status de raridade e obra de arte.